Dependência química e internação involuntária
Quando existem casos de dependência química e internação involuntária é uma opção urgente, a decisão não é fácil para a família, que nesta altura da situação já está frágil diante do sofrimento que as drogas trazem.
Em paralelo com isso, devolver segurança e dignidade ao seu ente querido é uma motivação que ultrapassa o momento de dor, visto que se sabe que sozinho ele não é capaz de se auto ajudar.
Até porque, compreender e visualizar o quão marginalizado e fragilizado pelas drogas ele está, não é nem um pouco fácil e sem a ajuda necessária é difícil mudar o quadro apresentado.
E neste artigo, vamos juntos refletir sobre essa situação e entender o que é e qual o melhor momento para tomar essa decisão, difícil, mas importante para retomada da qualidade de vida como indivíduo e parte dessa sociedade em que estamos inseridos.
Internação involuntária - O que é?
A internação involuntária se dá à revelia do dependente químico, pois este não consente a sua internação, que é feita por uma terceira pessoa, que normalmente é um familiar.
Ela pode acontecer quando se percebe que o usuário perdeu a sua capacidade de auto-preservação, onde sua saúde mental, psicológica e até física está sofrendo danos por causa do uso das drogas ou álcool.
Essa é uma situação de fragilidade que impede o usuária de ter plena compreensão da realidade que o cerca e ter a dimensão necessária do quão grave está sua saúde.
Internação voluntária - casos em que se permite essa intervenção sem a permissão do paciente.
Normalmente há dúvidas de se é possível que haja dependência química e internação involuntária em uma única ação legal.
Bom, esse é um assunto que ainda gera muita polêmica, o que é muito natural, mas perante a lei, é possível fazer a internação de um dependente químico sem que ele permita.
Neste caso, sabemos que é uma opção delicada e consequentemente só permitida em alguns casos, onde por exemplo, todas as demais possibilidades de tratamento já se esgotaram.
E, neste caso, um médico pode tomar tal decisão, formalizando um pedido, dentro da lei, desde que alguns fatores sejam observados.
Qual o tipo de droga consumida pelo usuário e qual seu padrão de uso, e se já foram feitas outras intervenções terapêuticas, de forma comprovada, pela rede de atenção à saúde, que não gerou evolução no seu quadro.
Depois de ter toda essa documentação em mãos, então ou o médico ou o parente responsável pelo dependente químico ou, na falta de qualquer um deles, o Estado, deve levar o pedido autorizado pelo médico registrado legalmente, com 72 horas de comunicação ao Ministério Público, ao estabelecimento de internação do paciente.
Este mesmo processo deve ser realizado no momento de alta do paciente, onde se comprove que o paciente está em condições de viver em sociedade através do tratamento ofertado a ele.
Internação involuntária - quando tomar uma decisão
A esta altura já foi possível perceber que a internação involuntária é uma medida que deve ser a última opção possível.
E antes dessa decisão, é importante fazer algumas observações, tais como:
- Todos os tratamentos terapêuticos ambulatoriais já se esgotaram?
- Existe perda da autonomia deste paciente?
- Ele compreende o risco que sua dependência o coloca e aos outros a seu redor, incluindo a sociedade em que está inserido?
- O médico assistente está de acordo com essa decisão?
- Existe alguma possibilidade do paciente concordar com uma internação de forma voluntária?
- Existem sinais de agressividade?
- Há abandono de cuidados pessoais?
- Existe uso de manipulação que justifique suas recaídas, ou situações que alimentem sua dependência química?
- O peso do paciente diminuiu muito, colocando sua saúde em risco?
Caso haja, por menor que seja, uma possibilidade do paciente concordar com uma internação, todo processo se torna muito mais viável e facilitado.
Esse é um momento delicado tanto para o dependente químico, quanto para a família e com a ajuda dos profissionais de saúde, se torna menos doloroso, pois a resistência por parte do paciente pode ser minimizada com a ação conjunta deles.
Apesar disso, sem dúvida, o combate à dependência química e internação involuntária, pode ser a oportunidade crucial para que a recuperação deste sujeito aconteça e uma nova oportunidade de qualidade de vida lhe seja presenteada.
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